Se você está lendo esse artigo já deve ter uma noção do que é a Black Friday, que já está na oitava edição aqui no Brasil. Importada dos Estados Unidos, onde o propósito é oferecer descontos reais, fazendo o consumidor pagar preços bem mais baixos do praticado no dia-a-dia, ainda está longe de ter o mesmo propósito no mercado brasileiro.
Com aproximadamente 13 milhões de pessoas desempregadas, ainda é arriscado dizer que nesse ano o evento terá sucesso maior que em anos anteriores. É um momento de mudanças também de comportamento de compra, aumentando ainda mais o risco de não obter o resultado de vendas desejado.
Apesar dessa fase difícil, cerca de um terço dos lojistas do país pretendem aderir à data. Mas acredito que, mesmo para quem deseja participar, precisa ter mais cautela ao aderir a promoção no calendário de marketing. Já vou explicar o porquê.
Black Fraude
A Black Friday (carinhosamente apelidada de “Black Fraude” no Brasil) é vista com muita desconfiança por vários brasileiros. O jeitinho brasileiro de obter vantagem fica bem explícito quando comerciantes sobem seus preços dias ou semanas antes da data, para depois baixar o preço recém-praticado, tentando fazer com que o consumidor acredite que os novos preços são promocionais (a famosa “maquiagem de preços”). Graças à facilidade de informação, cada vez menos pessoas estão caindo nessa cilada.
Outro problema observado é que, o que deveria ser concentrado em um único dia, em diversas lojas a promoção dura vários dias ou até no mês inteiro de novembro pelos comerciantes. Tal prática pode tornar difícil a constância de uma data tradicionalmente conhecida pela prática de preços absurdamente baratos, para esvaziamento do estoque.
Isso dificulta principalmente a compra de pessoas que estão se preparando para um evento promocional como esse. É preciso também considerar que, com o orçamento apertado, o consumidor vai planejar bem mais a compra, se o produto for realmente prioridade no seu orçamento, será muito frustrante detectar fraude nessa época do ano.
Mas afinal, o que fazer? Participar ou não da Black Friday?
Se o objetivo não for reduzir ou zerar seu estoque para substituir por novos produtos, realizando um grande lançamento de novos modelos por exemplo, melhor não participar e aguardar o momento ideal, evitando assim vincular sua marca de práticas desonestas.
Pense bem, o que está em cheque é a credibilidade do seu negócio, que no longo prazo pode prejudicar a sua marca. Agora, se você vai realmente praticar preços mais baixos perto do Natal, será de grande valia aderir à Black Friday tanto para a empresa quanto para os clientes, que ficarão satisfeitos em participar de um evento promocional bem planejado.
Se eu não participar da Black Friday, o que farei, então?
A melhor coisa a se fazer, no caso você pretender trocar o estoque por novos produtos, lançar uma mega promoção perto da data que isso realmente vai acontecer, investindo em marketing para te ajudar a atingir esse objetivo.
Daí então haverá uma relação ganha-ganha, onde os seus clientes terão a sensação de terem realmente feito um bom negócio, podendo até consumir do seu produto ou serviço em outras épocas do ano, e sua empresa terá atingido o objetivo de realizar a troca de estoque sem mais prejuízos.
Há um grande benefício na honestidade, este item tão importante na prática comercial.